Desde suas origens, a fotografia tem como suporte principal o papel. Consequentemente, em um mundo invadido por imagens saídas das tecnologias mais ou menos novas, a fotografia permanece íntima pela simplicidade de sua transmissão, de sua conservação, de sua consulta. Janela aberta para o mundo, ela encontrou assim - já desde a primeira década de existência, no meio do século XIX - o livro como vetor privilegiado antes de conquistar, na sequência, o espaço da exposição. Em 1851, grande estreia mundial, Blanquart-Évrard lança a edição de livros fotográficos.

Para nós, o livro é concebido como um espaço artístico e não como catálogo. As escolhas de diagramação e de técnicas de impressão se fazem com a preocupação em encontrar correspondências. Correspondentes impressos daquilo que faz a forma e a força de questionamento da obra original do autor. Ainda no espaço do livro, o diálogo entre escrita e fotografia, quando ele é possível, representa um outro campo de possibilidades. O encontro dos dois modos deve abrir uma brecha, um espaço superior para o sensível e o inteligível, para o imaginário.