Pierre Devin. França, 1946, é diretor artístico, fotógrafo e curador.

Como fotógrafo, realizou trabalhos que abordam questões sobre a paisagem – Thiérache, Índia do Sul e Rio Mondego -, sobre a era pós-industrial – Ligne de Fracture e Cinq Jours à Bakou -, sobre a cidade – Dunkerque, Amman e Recife. Também sobre o relacionamento da fotografia com a literatura – Giono e Alma Gêmea, realizado com o poeta francês Dominique Sampiero -, com o cinema – Journal de Brooklin e Nordeste – e com a escultura – Carpaux e Dejonghe.

Fundou e foi diretor artístico, por mais de 25 anos, do CRP – Centre Regional de la Phtographie, Nord Pas de Calais, França. Entre os títulos e coleções idealizados e realizados pelo CRP e editados por Devin têm destaque: Marc Triver, Arno Fischer (Berlim 1943-1990), Dytivon, fotografias da École Biblique e Archélogique Française de Jerusalém. Também como uma atividade do CRP, entre 1987 e 2006, Devin promoveu a Missão Fotográfica Transmanche, projeto para o qual editou 27 cadernos. Entre eles merecem grande destaque: Josef Koudelka (Panorâmicas), Bernard Plossu (Paris-Londres-Paris), Lewis Baltz (Ronde de Nuit).

Promove workshops de fotografia dirigidos ao público em geral. Trabalho com crianças, delinquentes e prisioneiros, na França, México, Brasil, e em campos de refugiados na Palestina e Jordânia.


Meu sertão
Durante os anos sessenta os filmes de Glauber Rocha, mas também Os fuzis de Rui Guerra e Vidas Secas de Nelson Pereira dos Santos me marcaram profundamente por sua qualidade visual. Foi também uma abertura para um mundo que ignorava, um mundo duro por sua secura e pela ferocidade das conexões sociais, frutos da colonização e da escravidão.
Não foi por coincidência que de 1998 até 2000 eu tenha percorrido o sertão de todos os estados do nordeste brasileiro, de uma ponta a outra do Rio São Francisco. Essa seleção a partir de meus arquivos é uma homenagem ao Nordeste e a seu povo. É também um estado do lugar que em vinte anos mudou por múltiplas razões ligadas ao desenvolvimento, às mudanças climáticas, à globalização.
Pierre Devin